Berenice da Capadócia: A jornada do não herói

Eis que estamos na plateia, com os ouvidos bem abertos e os olhos fixos em Flavius, um gusan. Ele nos leva à Capadócia no século IV da Era Comum. É ali que vamos conhecer Berenice.

Berenice é uma pastora. Seu destino foi traçado pelas leis de sobrevivência do mundo camponês. Ela tem apenas dezessete anos, mas sua parcela de responsabilidade na família pesa sobre ela há muito tempo. A responsabilidade se traduz em casamento, filhos e uma vida de longos dias de trabalho, do nascer ao pôr do sol, como um ciclo perpétuo que se move lentamente. Mas há outro destino, mais livre, mas menos claro, que se apresenta a Berenice. Depois de “um encontro inesperado”, tudo muda na vida da pastora da Capadócia, que há muito tempo acalenta sonhos heroicos.

Por meio da dinâmica de contos e histórias, Flavius nos apresenta a um mundo que passamos a chamar de Antiguidade Tardia, mas que guarda muitas semelhanças com os dias de hoje, já que Berenice é uma mulher em um mundo onde cada decisão que ela toma deve atender aos critérios determinados por uma sociedade masculina.

E quando Flavius terminar de contar sua história, caberá a nós descobrir o quanto de verdade há no subtítulo: afinal, a vida de Berenice é ou não é um conto de herói?

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